segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Classificação - Ônibus URBANO

A classificação de um ônibus urbano no Brasil está relacionada diretamente com a aplicação do veículo, em sua característica funcional e estrutural.

Convencional
Esta classificação é encontrada nas grandes, médias e pequenas cidades, boa parte das empresas optam por este modelo, logo é o mais evidente em áreas urbanas e rurais, bastante utilizado em localidades de remoto acesso e/ou com terrenos irregulares, modelo conhecido como básico, comum, simples, popular, os veículos do tipo Convencional, apresentam baixo custo-benefício em relação as demais classificações, simples manutenção, em regra possuem 2 (duas) ou mais portas para embarque e desembarque, podem ser equipados com ar condicionado, bagageiros interno e externos, diferentes variações de poltronas, eixos adicionais ou outros itens opcionais de acordo com a necessidade da empresas ou proprietário, este modelo não apresenta conjunto articulado ou biarticulado.

 
 
Padron
A nomenclatura e o conceito existente deste modelo surgiu com o projeto idealizado no término da década de 70, no qual foi desenvolvido baseado em estudos técnicos e análise do sistema Europeu de transporte da época, visa a padronização do transporte coletivo, desde regularizar o tamanho das janelas laterais, maior espaço interno, poltronas confortáveis, maior segurança, foi destinado para chassi tipo piso baixo e posição do motor traseiro ou central com transmissão automática, suspensão e sistema de freio pneumáticos com independência do freio de estacionamento, controle na emissão de fumaça, mínimo 3 portas largas.
 
Para receber o título de Padron nas carrocerias 05 (cinco) protótipos foram fabricados, colocados em teste em diferentes regiões e deveriam atender a todos os requisitos pré estabelecidos, deram vida ao projeto as seguintes montadoras com seus respectivos protótipos:
 
Padron 01
 Marcopolo - Volvo B-58
(Deste projeto surge posteriormente o modelo Torino)
 
Padron 02
 
Caio - Volvo B-58
(Deste projeto surge posteriormente o modelo Amélia)
 
Padron 03
Caio - Mercedes-Benz O-305
 
Padron 04
Marcopolo - Mercedes-Benz O-305
 
Padron 05
 
Ciferal - Scania BR-116
(Deste projeto surge posteriormente o modelo Amazonas e Alvorada)
 
Os 02 chassis utilizados pela Mercedes-Benz foram importados da matriz na Alemanha para utilização no projeto, a montadora não consegui se consolidar de imediato, porém ao término da década de 80 trouxe ao mercado o modelo O-371 que foi sucesso de venda.

  
O projeto entrou em decadência devido ao alto custo dos veículos e manutenção, assim como a falta de vias para atender a necessidade dos veículos, com isso diversas montadoras fugiram as regras do projeto original, foram fabricados veículos com motor frontal, suspensão molar, portas menores que a largura mínima.
 
Padron destina-se a operação nos grandes centros, aumentando a qualidade na condução dos passageiros, devido a  era da mobilidade urbana e as diversas licitações do setor publico de transporte algumas regras continuam válidas, e outras foram incrementadas, os veículos tendem a atender requisitos tais como: vida útil que varia de 7 a 10 anos em situações extremas de uso, posição do motor traseiro ou central com potência superior a 220cv, transmissão automática, suspensão pneumática ou mista com rebaixamento para acesso de passageiros e altura mínima entre o degrau e o solo, comprimento mínimo de 12m e adaptado com 3º eixo a partir de 15m, mínimo de 3 portas com acionamento independente, poltronas com encosto de cabeça e estofadas, dentre outros requisitos específicos de cada certame.

 
Articulado
Combinação de veículos dotado de uma unidade de tração e um reboque, possui um sistema articular que une as unidades, esta revestida com acabamento externo por um material lonado, pela semelhança da articulação ao instrumento musical o veículo é popularmente conhecido como "ônibus sanfona", pode ser com motorização frontal, central ou traseira,  sistema de suspensão reforçado, com 3 eixos (versão 6x2 / 4x2+2) ou mais (versão 8x2 / 6x2+2), normalmente 3 ou mais portas.

No final da década de 70 um dos primeiros modelos de ônibus articulado brasileiro foi da fabricante Caio com o modelo Grabriela sob chassi Scania B-111, diversos modelos básicos tiveram o sistema de articulação incluídos devido a necessidade e evolução de mercado, algumas montadoras alteram a nomenclatura do modelo quando inclui a articulação ao projeto, a exemplo a fabricante Comil, com os modelos Svelto (convencional) x Doppio (articulado), e a extinta Ciferal, GLS Bus (convencional) x Megabus (articulado).


Típico modelo utilizado para o transporte em massa de passageiros está presente nas grandes cidades brasileiras, opção das empresas e exigências nos editais de licitação, o modelo chega a substituir dois ônibus convencionais, transportando o dobro de passageiros, otimizando os espaços nos congestionamentos locais, e reduzindo o custo de operação principalmente a relação consumo pela quantidade passageiros transportados, em regra não necessita de grande estrutura viária. Há ainda os modelos que seguem o mesmo conceito da classificação, porém o comprimento ultrapassa os 20m, isto os tornam conhecidos como Super Articulados.


Houveram ainda no Brasil modelos que não possuíam a estrutura sanfonada, porém utilizavam conceito semelhante, são eles os modelos Romeu e Julieta (modelo de ônibus simples adaptado com um reboque especial acompanhando as características do veículo principal, análogo ao sistema de tração utilizado em caminhões carreta) e um  modelo conhecido como Papa-Fila que utilizava um cavalo mecânico (caminhão reboque ou cavalinho) para tracionar a unidade especial com características de ônibus coletivo.

 
Biarticulado
Segue o conceito fabril do veículo articulado, difere da classificação anterior por causa da quantidade de articulação, ou seja, o veículo biarticulado  possui uma unidade de tração e duas unidades reboques, logo possui dois sistemas articulares unindo as combinações, devido ao elevado peso do veículo e quantidade de passageiros transportados, algumas versões comportam 270 passageiros, faz-se necessário motores mais potentes em relação a todas as classificações anteriores, assim como chassi especial para suportar grandes cargas, encontrado normalmente com configuração de motor central, especialidade da Sueca Volvo, porém outras fabricantes testam motores frontais, sistema de câmbio hidramático, apresentam os sistemas hidráulico, pneumático, freios e suspensão diferenciados para esta categoria.

Este tipo de veículo requer profissionais capacitados, assim como nos modelos articulados, de acordo com o código de trânsito brasileiro (CTB) o motorista deve ser habilitado na categoria E, exige manutenção com mão de obra qualificada, vias estruturadas para comporta-lo e/ou corredores exclusivos, normalmente possui acesso elevado para utilização em plataformas de paradas, apresentam em sua maioria 4 ou mais portas em uma das laterais ou em ambos os lados, com 4 eixos (versão 8x2 / 4x2+4)

O conceito de veículo articulado e biarticulado é bastante utilizado em veículos do tipo BRT.

 
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Acervos: Auto V. N. do Carmo, Ciferal / Marcopolo / Mercedes-Benz / Scania / Volvo
Fotos: Alberto Andrade / Bruno Sergio / Bus do VanderBilt / DJ Mercy no Bus / Leandro Carneiro / Lucas Rosa / Jonatha Cardoso / Juliano Souza / Rodrigo Maia / Waldemar P. F. Junior
Fotos Allbus: Rodrigo FonsecaThiago Alex / Willian Pontual
Fontes: Bus do VanderbiltFabus / Portal Ônibus Paraibano / Prefeitura de São Paulo / Revista Auto Bus
Matéria / Pesquisa:
 Thiago Alex (AllBus)

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